Sucessão Familiar nos Negócios: A sua empresa estaria entre as 12% que chegam à terceira geração?

Sucessão Familiar nos Negócios: A sua empresa estaria entre as 12% que chegam à terceira geração?

A sucessão familiar nos negócios é um tema de extrema importância e muitas vezes com alta complexidade, pois envolve não apenas questões empresariais, mas também emocionais e familiares. Em muitas culturas ao redor do mundo e no Brasil, as empresas familiares desempenham um papel fundamental na economia, contribuindo significativamente para a geração de empregos e o crescimento econômico. Decidir empreender é percebido por muitos como sendo a única saída em dado momento da vida. Nem sempre por se sentirem plenamente preparados, mas sim por ter que colocar o pão à mesa e dar conta de uma família e demais responsabilidades. Com isso, muito do DNA do negócio passa pela forma com que o empreendedor vê as coisas ou até mesmo pelo quanto de dinheiro tem para investir em mais ou menos profissionalização dos processos.

Quando chega o momento de pensar na transição de uma geração para outra, pode ser um momento delicado e desafiador, pois muitas vezes o conhecimento é tácito e está na cabeça do dono e dos colaboradores de longa data. Aí surge a necessidade de olhar para os processos, para a cultura organizacional e para o posicionamento da marca no mercado. De acordo com o que é mapeado, o caminho a ser trilhado começa a ser desenhado para que seja possível a Sucessão Familiar.

Muitas vezes, os fundadores têm dificuldade em abrir mão do controle e permitir que a próxima geração assuma a liderança. Isso pode ser resultado de uma combinação de fatores, incluindo medo do desconhecido, preocupações com a continuidade do legado familiar e falta de confiança nas habilidades dos sucessores.

Além disso, as relações familiares podem complicar ainda mais o processo de sucessão. Disputas entre irmãos, rivalidades entre primos e conflitos de interesses podem surgir e tornar a transição ainda mais difícil. A falta de comunicação e planejamento adequados pode levar a ressentimentos e divisões dentro da família, colocando em risco não apenas o futuro da empresa, mas também os laços familiares.

No entanto, empresas que chegam a terceira, quarta ou mais gerações, têm em comum aspectos que promovem a perenidade do negócio. Os sucessores apresentam um profundo conhecimento da história e dos valores da empresa, bem como um forte senso de compromisso com seu sucesso a longo prazo. Os processos estão claramente definidos e o que gerou a conexão da marca com seus clientes, é mantido e respeitado pela nova gestão. Gosto de dizer que o DNA do sucesso precisa ser mantido, para isso precisa ficar claro o que pode ser inovado e o que  se mexer, vai despersonalizar a empresa. Não pode haver uma cultura polarizada entre a velha guarda e a nova geração! A fórmula do sucesso está em garantir que o melhor dos dois mundos se conversem e entreguem para o cliente a melhor versão possível do produto ou serviço que a empresa se propõe a vender.

Para garantir uma sucessão bem-sucedida, outro aspecto essencial é um planejamento cuidadoso e uma abordagem estratégica. Isso inclui a identificação e o desenvolvimento de talentos dentro da família, a criação de estruturas de governança claras e transparentes e a implementação de políticas e procedimentos formais de sucessão. Além disso, é importante promover uma cultura de comunicação aberta e respeito mútuo, incentivando o diálogo e a colaboração entre todas as partes envolvidas.

Em última análise, a sucessão familiar nos negócios é um processo que se inicia nas conversas em família nos jantares e almoços de fim de semana. Se o que os filhos ouvem sobre a empresa forem coisas boas, o interesse será plantado desde cedo, mas se os pais vendem o conceito de que lá só tem problemas e estresse, como vai ser possível vender a ideia de que o negócio é bom, na hora de passar o bastão?

Enfim, este é um momento que demanda muita coragem, determinação e resiliência de todas as partes envolvidas. Quando todos se propõem a deixar o Ego de lado e focar no que importa para o CNPJ, o caminho fica mais leve e assertivo na tomada de decisões.